quinta-feira, 21 de maio de 2009
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Sericaia
Já há algum tempo que queria comprar o clássico indispensável "Cozinha Tradicional Portuguesa", de Maria de Lourdes Modesto. Finalmente, tive a oportunidade perfeita: no sábado passado, último fim-de-semana da Feira do Livro de Lisboa, este era o livro do dia da Editora Verbo. Mais, a própria Maria de Lourdes Modesto estava presente, autografando a sua obra. Obviamente que o trouxe - e para o experimentar (e de caminho estrear um prato de sericaia que arranjámos recentemente), resolvi fazer sericaia.
Aparentemente, e ao contrário do que habitualmente se vê, este doce não acompanhava originalmente com ameixas de Elvas, até porque elas são bastante doces e não são necessariamente o melhor dos complementos para a Sericaia - mas que querem, eu sou guloso e não lhes resisti... Mas são obviamente opcionais na receita.
Ingredientes:
12 ovos
1 litro de leite
500g de açúcar
125g de farinha
1 casca de limão
1 pau de canela
canela em pó
sal
ameixas de Elvas em calda (opcional)
Preparação:
Comece por separar cuidadosamente as gemas das claras. Junte as gemas ao açúcar e bata até obter um creme claro e fofo. Entretanto ferva o leite com a casca de limão, o pau de canela e um pouco de sal. Retire do lume e misture a farinha a pouco e pouco, dissolvendo-a totalmente no leite. Junte o creme de gemas e açúcar e mexa bem. Volte a levar a lume brando e deixe engrossar até que, ao mexer, consiga ver o fundo do tacho. Retire do lume e deixe arrefecer.
Entretanto, bata as claras em castelo e junte com cuidado, pouco a pouco, ao creme já arrefecido. Pegue num prato de barro dos que são habitualmente utilizados para a sericaia e, usando uma colher grande, deite o creme sobre o prato, em movimentos desencontrados - por exemplo, espalhe uma vez o creme no sentido cima-baixo e outra vez no sentido esquerda-direita. No final, polvilhe generosamente com canela em pó (cobrindo todo o doce) e leve a cozer em forno a 200º até estar cozido (use um palito para testar a cozedura).
Se gostar, sirva acompanhado de ameixas de Elvas.
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Cá é sericaia, lá (Alentejo) é sericá. Comi a melhor sericá da minha vida na saudosa pousada de Elvas, no tempo em que era referência gastronómica daquelas paragens. Nessa altura, pedisse o cliente o que pedisse para sobremesa, vinha sempre, como oferta, uma bela sericá com uma grande taça cheia de ameixas Raínhas Cláudias, confeitadas e a escorrer...
ResponderEliminarLPontes, a pousada de Sta. Luzia? Segundo o chefe Luis Baena no seu "Doce Vida", é essa pousada a 'culpada' pela tradição das ameixas na sericaia. Passo a citar do referido livro: "O sericá, tradicionalmente, era feito e servido em pratos de estanho, mais tarde destronados pelos de barro e nunca foi servido com ameixas de Elvas. Apesar de serem também muito boas, não têm relação priveligiada com o bolo, em minha opinião. Nos tempos áureos da Pousada de Sta. Luzia, anos 60 até 1974, começaram a servi-lo assim e assim ficou. Finalmente, pode escrever-se sericá ou sericaia, assim como cericá ou cericaia."
ResponderEliminarExiste um prato para sericaia? :)
ResponderEliminarCláudia,
ResponderEliminarSim, são deste tipo:
http://www.ruadireita.com/utilidades-domesticas/loucas/melhor/prato-sericaia/
:)
Deixa estar que eu também só gosto de Sericaia com as ameixas. Porque não ser gulosa(o) a 100%?
ResponderEliminarTotalmente diferente dum prato normal!! ;)
ResponderEliminar(espero que estejas melhorzinho!)
Ummmmmmmmmmmmm sericaia! Estou babando!!! A melhor que provei foi na Pousada de Araiolos!
ResponderEliminarjulia
eu, embora seja gulosa, prefiro sem as ameixas.
ResponderEliminaresta sericaia tem um aspecto divinal!!!
Olá!:)
ResponderEliminarQue bom encontrar aqui uma sobremesa típica portuguesa!:)
Gosto imenso de sericaia e apesar de não ser a maior fã das ameixas como acompanhamento, acredito que estivesse maravilhosa!!
Beijinhos!
Esqueci-me de "assinar"...
ResponderEliminarOlá Leonor - bem-vinda ao blog! :)
ResponderEliminarChef Spadanini, era exactamente a Pousada de Santa Luzia e os anos citados foram anteriores àqueles em que a conheci ( eu tinha 18anos em 74). Conheci-a em 76 e frequentei-a até meados dos anos 80, altura em que, mercê de lamentáveis convulsões internas entre empregados e a Enatur-pousadas de Portugal, a deixaram irreconhecível e uma sombra do que fora.
ResponderEliminarMas enquanto durou foi memorável!
A minha mulher fez hoje um sericá e estava maravilhoso.
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